A programação do Teatro das Figuras comemora hoje o Dia Mundial da Criança, com o espetáculo de dança infanto-juvenil Meus Monstros Marinhos, produzido pela Dancenema e agendado para as 19H00.
No fim de semana de 5 e 6 de junho, a companhia de teatro João Garcia Miguel, em coprodução com o Teatro das Figuras, apresenta a estreia nacional da peça A Gaivota, numa sessão diária única, às 19H30. Escrita a partir de um tríptico constituído por “A Gaivota” de Anton Tchekov, a história verídica de um rapaz transgénero e a relação de João Garcia Miguel com o seu filho, A Gaivota é uma peça original que, através do caos dos corpos em mutação, nos faz refletir, interrogar e dialogar sobre noções de transexualidade, identidade, expressão, corpo, fisicalidade, interioridade, humanidade, reinvenção vs. extinção, até à mudança total de identidade e de género.
No dia 12 de junho teremos mais uma estreia nacional resultante de uma coprodução do Teatro das Figuras e a Companhia Fric à Frac, num espetáculo de circo contemporâneo, que apresenta o arremesso de facas, engolidor de fogo, escapismo, Blockhead, malabarismo com motosserra e equilibrismo sobre catanas, interligando-as com técnica de clown e teatro físico, em The Odder Sideshow.
Com produção da Fado in a Box, o concerto de apresentação de Farsa, o novo álbum da cantora Silvia Pérez Cruz, tem lugar no dia 16 de junho, às 19H30. Criado a partir do diálogo com outras artes, como o teatro, cinema, dança, poesia, pintura ou o cinema de animação, Farsa responde à inquietação da artista em relação à dualidade do que se mostra e o que realmente somos. Ao vivo, Silvia Pérez Cruz faz-se acompanhar em trio com músicos notáveis e seus conterrâneos, o contrabaixista Bori Albero e o violinista Carlos Monfort.
O teatro volta a destacar-se na programação de junho do Teatro das Figuras, no dia 18, com a estreia da peça Panóptico, que resulta do “Ciclo Emergente 2020”, numa coprodução entre o Teatro das Figuras e a ArQuente – Associação Cultural. No pressuposto de que toda a liberdade é condicional, o exercício deste paradoxo manifesta-se na forma como é observada a conceção arquitetónica de Jeremy Bentham. Muito para lá da idealização de uma prisão, tornamo-nos carcereiros de uma imagem fabricada. A ampliação do alcance da tecnologia voyeurista sobre os gestos diários, o distanciamento do mundo físico, a crescente cibernetização. Os vícios, as rotinas e indulgências privadas e a exposição ‘na rede’ a todos os níveis: pessoal, íntimo, próximo, social, sistémico. Dançamos no inferno. O inferno são os outros. E o diabo, alguém disse, é o aborrecimento.
Com a primeira data do espectáculo Presente em Acústico, a 19 de junho, esgotada, Fernando Daniel anuncia uma data extra, a 20 de junho, ambas às 19H30. Com produção da Universal Music Portugal, este concerto acústico, desenhado para teatros, apresenta ao vivo as canções do segundo álbum de originais, “Presente”, que entrou diretamente para o primeiro lugar do Top Nacional de Vendas, em que permaneceu na liderança durante 5 semanas. De “Presente” fazem parte alguns dos maiores sucessos nacionais do último ano, tais como “Se Eu” (Single de Platina), com a participação dos brasileiros Melim. A crise pandémica obrigou ao adiamento das mais de 60 datas da tour mas finalmente Fernando Daniel chega a Faro, e logo em dose dupla, ainda antes da estreia nos emblemáticos Coliseus do Porto e Lisboa.
No dia 24 de junho, o “Ciclo Às Quintas No Teatro” traz à cena Maria, A Mãe, com autoria e encenação de Elmano Sancho e interpretação de Custódia Gallego, Elmano Sancho, João Gaspar e Lucília Raimundo, numa coprodução Teatro da Trindade, Casa das Artes de Famalicão e Loup Solitaire. A Sagrada Família, caixa rectangular de madeira onde se encontram as imagens de José, Maria e Jesus, é um pequeno oratório portátil. Na porta lateral esquerda, estão escritos os nomes dos assinantes que pretendem acolhê-la em casa e seguir os ensinamentos da família de Nazaré. O culto remonta ao século XV e existe de forma residual em algumas aldeias do país. Este oratório é o elemento cénico comum aos três textos que integram A Sagrada Família de Elmano Sancho: José, o pai; Maria, a mãe; Jesus, o filho. Maria, a mãe, segundo texto da trilogia sobre a família, é um texto sobre a perda, a dor, a solidão, a velhice, o esquecimento e a morte.
Com produção do Teatro das Figuras, inserida no “Ciclo Emergente 2020”, onde o artista apresenta obras elaboradas em confinamento, a exposição Capacidade De Carga, de José Jesus, estará patente no dia 25 de junho, com entrada livre. Partindo da ideia de sustentabilidade, esta exposição apresenta um conjunto de objectos de uma antropologia forçada ou fictícia.
A programação de junho encerra com Geocide ou a urgência da reflexão sobre o ambiente e a sustentabilidade, uma peça de teatro inserida no “Ciclo Às Quintas No Teatro”, numa coprodução Estrutura, Centro Cultural Vila Flor, 23 Milhas - Fábrica das Ideias da Gafanha da Nazaré. Com autoria de Cátia Pinheiro e José Nunes, Geocide conta a história de um mundo, o nosso ou qualquer outro, igual, apenas com uma diferença infinitesimal de foco que o transforma completamente. Um espetáculo que propõe uma experiência essencialmente performativa, visual e sonora, que navega pelos temas da mobilidade demográfica, do antropoceno, das narrativas distópicas, das visões de futuro apocalípticas, do aceleracionismo, do tecnocentrismo, do pós-humano, da biopolítica e da geopolítica.
Recorde-se que os horários poderão ser redefinidos em função da evolução das regras estabelecidas e comunicados nos canais oficiais do Teatro das Figuras, nomeadamente o sítio de internet e redes sociais.